terça-feira, novembro 29, 2005

Hoje eu quero falar de trabalho...

Estava lendo uma entrevista cedida por James C. Hunter (O Monge e o Executivo) à Revista Época e fui lembrando de grandes líderes que passaram por minha vida profissional.
Quero compartilhar alguns trechos com vocês.
Em final de ano, época de “avaliação”, nada mais propício.

Beijos,

Débora

"As pessoas passam mais tempo no trabalho do que com a família. Então, se eu tenho um mau chefe, que cria um ambiente ruim, isto não é bom para mim.
(...)
As Empresas estão percebendo que boa gestão apenas não é suficiente. É preciso ter bons líderes senão os empregados vão embora.
(...)
Há uma diferença entre trabalhar “do pescoço para cima” e “do pescoço para baixo”. Uma maneira de ser um gerente é controlar seus empregados “do pescoço para baixo”: você tem mãos, pernas, costas. Você tem corpos. Isto é muito diferente de ter as pessoas envolvidas “do pescoço para cima”. Você tem os corações e as mentes, de onde vêm a criatividade e a excelência. E as pessoas têm vontade de estar ali e dar o melhor de si. Eu posso ter dez pessoas trabalhando para mim que não estejam comprometidas. Chegam de manhã, vão para casa à noite e fazem um trabalho medíocre. Nós chamamos este tipo de profissional de “aposentado em serviço”. Eles estão trabalhando, mas já bateram o cartão há muito tempo.
Grandes líderes conseguem envolver as pessoas “do pescoço para cima”. Conseguem fazer com que os trabalhadores se comprometam a ser o melhor que puderem, a brigar por excelência, a trabalhar duro, a criar uma grande empresa.
(...)
Onde as pessoas estão envolvidas e estimuladas, elas trabalham duro para servir os clientes
(...)
As pessoas estão encarando suas profissões de um modo diferente. Elas querem mais do que chegar no trabalho pela manhã, ir embora no final da tarde, dia após dia, ano após ano. As pessoas querem um trabalho com o qual possam crescer, melhorar suas vidas, se tornar pessoas melhores. A boa liderança tem a ver com a satisfação dessas necessidades.
Não se trata de atender às vontades, mas às necessidades. Não estamos aqui para fazer o que as pessoas querem, mas sim o que elas precisam. E as pessoas precisam crescer e ser o melhor que puderem.
(...)
Estudei as práticas de compensação das empresas por muitos anos. E descobri que você não precisa ser o mais bem pago, basta que o pagamento seja justo. Se suas compensações e seus benefícios são justos e compatíveis com o mercado em que você atua, essa deixa de ser a principal questão, que passa a ser liderança. A partir daí é isso o que diferencia as empresas.
(...)
Pagamento é muito importante. Mas, no momento em que o pagamento é percebido como sendo justo, então outras necessidades se tornam importantes. Estou sendo valorizado? Confio nas pessoas quem trabalham comigo? São necessidades de outro nível. Tenho a oportunidade de subir na carreira, tenho a chance de ser o melhor que eu puder? Estou trabalhando para um chefe que estimula o meu crescimento e desenvolvimento? Essas coisas se tornam importantes.
(...)
O psicólogo Abraham Maslow fala sobre isso. Uma vez que a comida, o abrigo e a água estão garantidos, as pessoas se movem em direção as necessidades mais complexas. Reconhecimento, respeito, valorização, coisas assim. Mas é óbvio que, se não há um salário justo no final do mês, essas coisas deixam de ser importantes. O salário deve vir primeiro.
Em um grande líder, a qualidade número um é personalidade. E personalidade é aquilo que a pessoa é quando ela está no escuro e ninguém está olhando. A verdadeira pessoa. Tem a ver com o comprometimento, com a paixão por fazer a coisa certa por seus subordinados. São pessoas que entendem que os demais têm a necessidade de ser reconhecidos, de ser tratados com respeito, têm a necessidade de entender o que se espera delas, qual a missão da empresa e dos negócios, necessidade de ser abraçados e às vezes espancados (risos). Sim, porque bons líderes não são covardes. Alguns dos melhores líderes que eu conheço são durões como pit bulls.
São ferozes quando estão diante de coisas como missão da companhia, margem de lucro, objetivos, etc. Mas também sabem que as pessoas têm necessidades, sabem como fazer um agrado e sabem como bater. E fazem as duas coisas muito bem. Há dois tipos de líder: os que são movidos pela tarefa e os que são movidos pelo relacionamento.
Aquele que dá muita atenção às tarefas pode até ter sucesso por algum tempo. Pode conseguir ficar por cima por alguns anos usando apenas o poder. Faz seu trabalho e esquece o relacionamento. Com o tempo, este tipo de comportamento começa a deteriorar as relações
(...)
Grandes líderes são capazes de fazer as duas coisas: cumprir as tarefas enquanto se constroem relacionamentos. E isso é uma habilidade, não é algo com que se nasce. É algo que você precisa aprender, desenvolver, praticar (...)"

Um comentário:

Anônimo disse...

Bela dica Binha. Beijos