
FICHAMENTO DO TEXTO “CONSIDERAÇÕES SOBRE METODOLOGIA DAS CIÊNCIAS SOCIAIS”.
SOUZA, Matilde de. Considerações sobre Metodologia das Ciências Sociais. Disponível em:
SOUZA, Matilde de. Considerações sobre Metodologia das Ciências Sociais. Disponível em:
http://www.nuppead.unifacs.br/moodle/mod/resource/view.php?id=21979. Acesso em: 17 mar. 2008.
A idéia central do texto é a discussão da suposta especificidade das ciências sociais, dada à complexidade e não regularidade dos fenômenos estudados - o que nos impede de construir generalizações - e a ausência de métodos de investigação definidos para fundamentar os argumentos dos estudiosos e suas leis. A investigação científica sugere alguma clareza, mas não é definitiva quanto à especificidade desta ciência.
Podemos destacar como principais pontos abordados pelo autor:
A busca e a dificuldade de objetivar as ciências sociais pela complexidade e em algumas situações, não regularidade dos fenômenos estudados, o que impede construir generalizações;
Fatos singulares desafiando teorias já observadas;
"Termômetros imprecisos" dificultam estabelecimento de pressupostos;
Análise dos fenômenos, agrupamento de fatos e exposição à comunidade científica para uso como base de estudos subseqüentes;
Leis servindo de introdução ao estudo científico, não de conclusão;
Remontagem do passado, análise do presente, teorias para o futuro. Verdade científica = Verdade não definitiva;
Relação entre ciência natural e ciência social;
Fenômenos sociais tendo como causas razões materiais, econômicos e culturais;
Inexistência de descrição científica completa para a realidade.
No texto, são abordadas idéias de estudiosos da metodologia das ciências sociais, a respeito da busca e dificuldade de especificar o objetivo desta ciência no trabalho de investigação sociológica.
Discute-se a percepção da existência de diferentes técnicas de coleta de dados para análise e a possibilidade de exposição das conclusões à comunidade científica, o que permitiria a discussão do caráter científico da investigação, através da verificação de hipóteses e mensuração da objetividade alcançada na análise do problema em questão.
É possível dizer que as teorias que não refutam, verificam, mesmo que empiricamente, as hipóteses até então levantadas, podem ter seu caráter científico questionado.
Há que se destacar a contribuição do estudo de Weber e suas reflexões a respeito do método. Percebe-se uma espécie de negativa da existência de apenas uma determinação causal.
É possível concordar com a crítica de Weber à possibilidade de imputar responsabilidade a um único fato como justificativa de um fenômeno social. Daí Weber admirar o “tipo ideal” de Marx como ferramenta/ argumento para comparação. Salienta-se o perigo de tentar aceitá-lo – o tipo ideal - como verdade única. Fica clara a postura contrária de Weber à possibilidade de julgar com a rigidez imposta por uma ou outra lei.
Dentro das ciências sociais, as leis acabam não sendo suficientes ou definitivas.
Talvez por isto, Weber priorize os fatos singulares, por desafiar as leis e assim, enriquecer a ciência.
O texto ainda chama a atenção de que “aos fenômenos sociais não se poderia imputar uma única causa no sentido de sua explicação” (p.55), já que estes fenômenos podem ter razões materiais, econômicas ou culturais e isto de certa forma dificulta elaborar leis para explicá-los.
Por outro lado, podemos concluir que a compreensão se torna mais rica, pela diversidade dos aspectos a serem considerados ao se buscar estabelecer as causas destes fenômenos. O problema é decidir, qual ou quais causas, acabam tendo maior peso para explicar os fenômenos. Esta decisão condiciona-se às perspectivas especiais que devem ser selecionadas e organizadas na exposição, enquanto objeto de pesquisa. Aqui podemos perceber claramente a necessidade de um método de estudo.
Outro ponto relevante em suas considerações, é que não pode haver uma descrição científica completa da realidade e sim de seus fragmentos, dada à complexidade dos fenômenos sociais. Partindo deste pressuposto, o estudioso deverá decidir aquilo que será considerado relevante, ponderando inclusive ou principalmente os propósitos de sua pesquisa.
Entende-se que os problemas serão colocados, serão formulados a partir do conhecimento teórico acumulado, mas que ainda não são suficientes para elucidar o caso em foco, a dúvida proposta. Assim, seria impossível reconstituir a lógica pela qual o cientista chega aos seus problemas de pesquisa (face a ausência do método).
Há destaque para o fato de que “as leis são o meio e não o fim da ciência”. Entende-se que não é a lei em si que importa, mas a infinidade de causas do fenômeno subordinado a esta lei.
Weber conclui que para estabelecer as conexões causais com segurança, o cientista precisa ter amplo conhecimento do geral, das regularidades, sua relação com outros fenômenos e então construir o “tipo ideal” Vejamos que aqui o “tipo ideal” é visto como recurso e não como finalidade do trabalho científico. É a construção de conceitos. Um trabalho essencialmente teórico, baseado nas experiências anteriores, selecionando aquilo que é considerado significativo para o cientista e que deverá ser usado para comparação. Enriquecer estudos passados, teorias recentes e comentar o futuro. Daí a afirmação que não existe conhecimento absolutamente isento de valores ou pré-noções a serem neutralizadas por um método e que este deve sim, é ordenar o problema para estudo da realidade social.
O que é possível perceber é que a investigação científica das ciências sociais apesar de contar com técnicas e teorias de grandes filósofos/ cientistas que foram sendo descobertas ao longo dos anos ainda é um trabalho muito difícil, seja pela via da compreensão ou explicação. A dúvida entre aprofundar pesquisas em fatos singulares, isolados ou em fatos gerais, ocorridos em um determinado grupo, ainda é um grande dilema. Talvez por ser esta ciência (as sociais) considerada muito recente.
No texto, acabamos encontrando entendimentos diferentes a respeito do objetivo das ciências sociais. E isto, porque ela trata de um objeto muito familiar a todos nós: o homem e as relações sociais, e estes foram e sempre serão alvo de todo tipo de incompreensão.
Temos que concordar que é difícil especificar um método para estudar ou explicar como as sociedades funcionam, a distribuição do poder na sociedade, as transformações sociais, etc.
Os “termômetros” são realmente “imprecisos” e esta falta de generalidade tende a dificultar o estabelecimento de pressupostos.
A mesma sociedade que saiu às ruas, levantando bandeiras, mostrando apitos e caras pintadas para garantir a defesa do impeachment de Collor, assiste de certa forma, apática, aos tristes últimos acontecimentos no cenário político. O comportamento social é quase sempre, imprevisível.
A investigação científica da sociedade é importante e nos traz alguma clareza de idéias, até por ser ocupação de diversos estudiosos, mas o que podemos perceber é que diversas hipóteses ainda serão levantadas, com argumentos fundamentados ou não, serão julgados de cunho científico ou ficarão arquivados como cultura popular, mas a dificuldade de estudar um objeto tão comum e diferente como o homem será sempre presente e exigirá muitas outras teorias, que estarão sendo refutadas continuamente, visando explicar ou pelo menos compreender a complexidade dos fenômenos sociais.
A idéia central do texto é a discussão da suposta especificidade das ciências sociais, dada à complexidade e não regularidade dos fenômenos estudados - o que nos impede de construir generalizações - e a ausência de métodos de investigação definidos para fundamentar os argumentos dos estudiosos e suas leis. A investigação científica sugere alguma clareza, mas não é definitiva quanto à especificidade desta ciência.
Podemos destacar como principais pontos abordados pelo autor:
A busca e a dificuldade de objetivar as ciências sociais pela complexidade e em algumas situações, não regularidade dos fenômenos estudados, o que impede construir generalizações;
Fatos singulares desafiando teorias já observadas;
"Termômetros imprecisos" dificultam estabelecimento de pressupostos;
Análise dos fenômenos, agrupamento de fatos e exposição à comunidade científica para uso como base de estudos subseqüentes;
Leis servindo de introdução ao estudo científico, não de conclusão;
Remontagem do passado, análise do presente, teorias para o futuro. Verdade científica = Verdade não definitiva;
Relação entre ciência natural e ciência social;
Fenômenos sociais tendo como causas razões materiais, econômicos e culturais;
Inexistência de descrição científica completa para a realidade.
No texto, são abordadas idéias de estudiosos da metodologia das ciências sociais, a respeito da busca e dificuldade de especificar o objetivo desta ciência no trabalho de investigação sociológica.
Discute-se a percepção da existência de diferentes técnicas de coleta de dados para análise e a possibilidade de exposição das conclusões à comunidade científica, o que permitiria a discussão do caráter científico da investigação, através da verificação de hipóteses e mensuração da objetividade alcançada na análise do problema em questão.
É possível dizer que as teorias que não refutam, verificam, mesmo que empiricamente, as hipóteses até então levantadas, podem ter seu caráter científico questionado.
Há que se destacar a contribuição do estudo de Weber e suas reflexões a respeito do método. Percebe-se uma espécie de negativa da existência de apenas uma determinação causal.
É possível concordar com a crítica de Weber à possibilidade de imputar responsabilidade a um único fato como justificativa de um fenômeno social. Daí Weber admirar o “tipo ideal” de Marx como ferramenta/ argumento para comparação. Salienta-se o perigo de tentar aceitá-lo – o tipo ideal - como verdade única. Fica clara a postura contrária de Weber à possibilidade de julgar com a rigidez imposta por uma ou outra lei.
Dentro das ciências sociais, as leis acabam não sendo suficientes ou definitivas.
Talvez por isto, Weber priorize os fatos singulares, por desafiar as leis e assim, enriquecer a ciência.
O texto ainda chama a atenção de que “aos fenômenos sociais não se poderia imputar uma única causa no sentido de sua explicação” (p.55), já que estes fenômenos podem ter razões materiais, econômicas ou culturais e isto de certa forma dificulta elaborar leis para explicá-los.
Por outro lado, podemos concluir que a compreensão se torna mais rica, pela diversidade dos aspectos a serem considerados ao se buscar estabelecer as causas destes fenômenos. O problema é decidir, qual ou quais causas, acabam tendo maior peso para explicar os fenômenos. Esta decisão condiciona-se às perspectivas especiais que devem ser selecionadas e organizadas na exposição, enquanto objeto de pesquisa. Aqui podemos perceber claramente a necessidade de um método de estudo.
Outro ponto relevante em suas considerações, é que não pode haver uma descrição científica completa da realidade e sim de seus fragmentos, dada à complexidade dos fenômenos sociais. Partindo deste pressuposto, o estudioso deverá decidir aquilo que será considerado relevante, ponderando inclusive ou principalmente os propósitos de sua pesquisa.
Entende-se que os problemas serão colocados, serão formulados a partir do conhecimento teórico acumulado, mas que ainda não são suficientes para elucidar o caso em foco, a dúvida proposta. Assim, seria impossível reconstituir a lógica pela qual o cientista chega aos seus problemas de pesquisa (face a ausência do método).
Há destaque para o fato de que “as leis são o meio e não o fim da ciência”. Entende-se que não é a lei em si que importa, mas a infinidade de causas do fenômeno subordinado a esta lei.
Weber conclui que para estabelecer as conexões causais com segurança, o cientista precisa ter amplo conhecimento do geral, das regularidades, sua relação com outros fenômenos e então construir o “tipo ideal” Vejamos que aqui o “tipo ideal” é visto como recurso e não como finalidade do trabalho científico. É a construção de conceitos. Um trabalho essencialmente teórico, baseado nas experiências anteriores, selecionando aquilo que é considerado significativo para o cientista e que deverá ser usado para comparação. Enriquecer estudos passados, teorias recentes e comentar o futuro. Daí a afirmação que não existe conhecimento absolutamente isento de valores ou pré-noções a serem neutralizadas por um método e que este deve sim, é ordenar o problema para estudo da realidade social.
O que é possível perceber é que a investigação científica das ciências sociais apesar de contar com técnicas e teorias de grandes filósofos/ cientistas que foram sendo descobertas ao longo dos anos ainda é um trabalho muito difícil, seja pela via da compreensão ou explicação. A dúvida entre aprofundar pesquisas em fatos singulares, isolados ou em fatos gerais, ocorridos em um determinado grupo, ainda é um grande dilema. Talvez por ser esta ciência (as sociais) considerada muito recente.
No texto, acabamos encontrando entendimentos diferentes a respeito do objetivo das ciências sociais. E isto, porque ela trata de um objeto muito familiar a todos nós: o homem e as relações sociais, e estes foram e sempre serão alvo de todo tipo de incompreensão.
Temos que concordar que é difícil especificar um método para estudar ou explicar como as sociedades funcionam, a distribuição do poder na sociedade, as transformações sociais, etc.
Os “termômetros” são realmente “imprecisos” e esta falta de generalidade tende a dificultar o estabelecimento de pressupostos.
A mesma sociedade que saiu às ruas, levantando bandeiras, mostrando apitos e caras pintadas para garantir a defesa do impeachment de Collor, assiste de certa forma, apática, aos tristes últimos acontecimentos no cenário político. O comportamento social é quase sempre, imprevisível.
A investigação científica da sociedade é importante e nos traz alguma clareza de idéias, até por ser ocupação de diversos estudiosos, mas o que podemos perceber é que diversas hipóteses ainda serão levantadas, com argumentos fundamentados ou não, serão julgados de cunho científico ou ficarão arquivados como cultura popular, mas a dificuldade de estudar um objeto tão comum e diferente como o homem será sempre presente e exigirá muitas outras teorias, que estarão sendo refutadas continuamente, visando explicar ou pelo menos compreender a complexidade dos fenômenos sociais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário