quinta-feira, novembro 10, 2011

Filosofando...

Comecei a ler o livro Convite à Filosofia de Marilena Chauí, sendo necessário pensar no "motivo prático que levou os gregos a inventarem a filosofia, uma forma de saber que pretende ser neutra, objetiva, universal, única, distinta da religião e do senso comum".


Meu entendimento, a princípio, é que a Filosofia nasceu da necessidade de pensar e explicar a realidade, a natureza e as ações humanas de forma distinta do que se fazia na época.

Reconhecendo que os acontecimentos naturais e humanos são necessários por força de leis naturais ou da natureza humana, mas que também podem ser contingenciais, já que em parte dependem de escolhas, quando o homem se coloca em determinadas condições e que é necessário questionar/ refletir sobre o significado, as relações, a origem e as causas dos fatos e acontecimentos, os gregos inventaram a filosofia.

Em outras palavras, a admiração e o espanto com a realidade e a insatisfação com explicações míticas e tradicionais, levaram à indagação e a busca do saber, do conhecimento. Conhecimento este, acessível a todos por meio da razão e do pensamento.

No senso comum, a Filosofia é geralmente tida como uma ciência que busca refletir e explicar o porquê dos fatos e acontecimentos, ou simplesmente como a expressão do pensamento, idéias e valores da sociedade.

O conceito dado pelos gregos aponta para o fato de que a filosofia não é uma ciência e sim uma atividade de análise, reflexão e crítica em busca da elaboração de significações sobre a realidade, seres humanos, conteúdos, formas e procedimentos, buscando se afastar da subjetividade e do senso comum, mantendo sempre uma postura de investigação que leve a racionalidade, a compreensão fundamentada e ao conhecimento.


Como dito pelos estudiosos, a reflexão significa movimentar o pensamento de volta sobre si mesmo. Entendi que na reflexão filosófica, o pensamento retorna a si mesmo, interrogando-se sobre sua possibilidade, sem deixar de se voltar para as relações mantidas com outros seres humanos, coisas e fatos, sejam através da linguagem ou dos atos, fazendo com que as crenças cotidianas encontrem uma visão crítica de si mesmas.
Este movimento (reflexão filosófica) exige uma fundamentação racional do que é pensado e para que se alcance uma compreensão fundamentada, organiza-se em torno de três grandes grupos de questões, sendo: i) Porque: Quais os motivos, as razões e as causas para o que é pensado, dito ou realizado? ii) O que?: Qual o conteúdo ou o sentido do que é pensado, dito ou realizado? iii) Para que?: Qual é a intenção ou a finalidade do que é pensado, dito ou realizado?


Acho que é isso aí...

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